segunda-feira, 30 de outubro de 2017

T2 N° 424 : A LENDA DO FANTASMA

A Rainha Natália  

A história de um antepassado do século dezessete emocionou Kit. Este Fantasma decidira-se a
libertar uma rainha de nome Natália, que fora sequestrada pelo famigerado pirata chamado Barba
Vermelha, o qual exigia um resgate pela mesma. Barba Vermelha comandava uma frota inteira de piratas
e governava uma cidade onde só havia piratas. Era um gigante, um mestre de esgrima e um lutador
potente que com suas mãos desarmadas podia matar gente com a mesma facilidade que com armas.
Naqueles tempos conseguira a liderança dos elementos mais rudes e mais selvagens de piratas que há na
terra. Barba Vermelha dominava a todos, mantinha uma disciplina rígida tanto na cidade como em suas
esquadras, tornando-se o flagelo dos sete mares. Tão eficientes e mortíferas era as suas tripulações de
piratas, que as frotas reais das grandes potências procuravam evitar entrar em choque com elas.
Natália, Rainha da França — que diziam ser a rainha mais linda do mundo — estava a caminho da
Espanha, onde iria contrair núpcias com um rei que havia lá, quando sua pequena esquadra foi
surpreendida e atacada pelos piratas de Barba Vermelha. Os piratas se apoderaram de todos os tesouros
que Natália ia levando como seu dote, pilharam, saquearam e levaram embora todos os suprimentos e
acabaram despejando todos os tripulantes sobreviventes numa praia remota. Barba Vermelha apoderouse de todas as mulheres lindas para fazê-las esposas dos seus homens, incorporou todos os navios de
Natália aos de sua frota, levando junto também a própria rainha Natália, Ele urrou de alegria quando se
apercebeu da inesperada presa que havia abiscoitado. A Rainha da França! Como ela era linda! Cabelos
negros, olhos cinzentos brilhantes, um corpo esbelto que transbordava juventude, pele macia com o
pálido colorido de uma rosa de damasco. Em suas errâncias e incursões pelo mundo, Barba Vermelha
nunca se deparara com uma senhora tão magnífica. Sentia-se fortemente tentado a fazer dela a sua esposa,
mas Barba Vermelha antes de tudo era um homem de negócios e sabia perfeitamente que os grandes
poderosos pagariam um elevado resgate para que a rainha voltasse sã e salva. Acontece, porém, que ele
nunca chegou a ver a cor do resgate, porque o Fantasma do século dezessete chegou lá primeiro.
Este Fantasma, o sexto da linhagem — chamado de o Sexto pelo pai de Kit — foi feito prisioneiro
em sua primeira tentativa para libertar Natália. Para contentamento de sua tripulação e de si mesmo,
Barba Vermelha preparou desafios mortais para este libertador mascarado em potencial. Todos os
habitantes da cidade dos piratas se reuniram na praça e aguardavam o desfecho dos acontecimentos —
piratas que esvozeavam em companhia de suas esposas que se riam, todos trepados nos muros, postados
em janelas e portas, sentados em bancos, em companhia do próprio Barba Vermelha que estava sentado
numa mesa muito comprida e bebia copos enormes de vinho. A Rainha Natália estava sentada perto de
uma janela com uma barra na frente, na qualidade de prisioneira. Ela se perguntava: quem será esse
homem esquisito, mascarado, vestindo esse traje estranho, que havia feito aquela tentativa desesperada
para salvá-la desta tripulação que urrava?
Em primeiro lugar, o Sexto Fantasma teria que enfrentar Gillaim, um tipo de homem pantera, magro e

ágil, que — logo depois do próprio Barba Vermelha — era o esgrimista de espada mais mortífero que
havia no reino dos piratas. Colocou-se arrogantemente em frente ao homem mascarado, anunciando que
iria usar de misericórdia, dando fim rapidamente ao Fantasma. Isto porque todas as lutas que aqui se
travavam eram para matar. A multidão ruidosa que aguardava imediatamente se acalmou, na expectativa
do massacre que se prenunciava. Todo sorridente e debochativo, Gillaim avançou em atitude desafiadora
para o ataque mortal, movendo suas pernas que se pareciam com molas de aço. Ao ver isto Natália
cobriu seus olhos com as mãos. Viu-se um brilho e ouviu-se um retinir de aço. A espada de Gillaim voou
pelos ares, e Gillaim esborrachou-se de costas na rua de paralelepípedos, com a ponta da espada do
homem mascarado cotucando-lhe o nó de Adão de sua garganta. Foi um desfecho mais rápido que um
piscar de olhos. A multidão fez um suspense e houve um silêncio expectante. Não se ouvia o mínimo som,
exceto o ruído das ondas que se esbatiam no ancoradouro que havia perto e o esvoaçar de alguma
gaivota. Com os olhos esbugalhados Gillaim olhou para cima em direção ao Fantasma, com o semblante
pálido que nem cera e suando como moribundo diante da morte. Mas o homem mascarado se virou e
encarou Barba Vermelha e a multidão.
— Eu não vim para matar — disse ele numa voz que era ao mesmo tempo cavernosa porém suave e
que no entanto podia ser ouvida em toda a amplidão da praça. — Vim aqui para devolver a Rainha
Natália ao seu lar.
Todos voltaram seus olhares para Barba Vermelha que, mesmo sentado em sua mesa, ficava mais
alto que a grande maioria dos seus homens.
— Quem dita as regras do jogo sou eu — esbravejou Barba Vermelha. — Você terá que lutar até
morrer.
O homem mascarado deu um passo em direção a Barba Vermelha, quando subitamente vinte espadas
foram desembainhadas. A multidão aguardava ansiosa. O homem mascarado soltou uma gargalhada, uma
risada que ecoou através da praça inteira, enquanto puxava de sua espada e erguia-a no ar.
— Que venha o próximo — gritou ele.
O próximo foi o Triturador, um homem que se parecia com um búfalo. Seus braços eram largos como
as coxas de um homem. Tinha mãos massudas, pernas que se assemelhavam a troncos de árvores, uma
careca que se parecia com uma bala raspada assentada num pescoço curto atarraxado em ombros tão
largos como a entrada de um celeiro. O Triturador lutava sem auxílio de armas, mas somente com as
mãos livres, sua especialidade consistia em pegar as cabeças das pessoas entre as palmas de suas mãos,
apertando-as como se fossem casca de ovo. (O jovem Kit gostou imensamente deste tipo de luta e
praticou-a sem êxito com a cabeça de Gurã).
O que se iria presenciar era uma luta a mão livre, até morrer. Mais uma vez a turba expectante fez
silêncio tumular. Mais de uma vez tinham todos tido a oportunidade de ver o Triturador em ação. Não era
uma visão das mais bonitas e a maioria das senhoras se afastava para não presenciar o combate. O
Triturador adiantou-se lentamente em direção ao homem mascarado, com as mãos em posição de agarrar.
O homem mascarado andou em volta dele e de repente avançou, com os punhos explodindo nas
mandíbulas do Triturador. Costumam dizer que um atleta sempre leva a melhor sobre um pugilista. Isto
pode ser verdade se o atleta consegue envolver o pugilista com seus braços. Mas para fazer isto ele deve
estar plenamente consciente. Mas acontece que o Triturador não estava mais consciente, pois estrondeou
no chão. O homem mascarado o havia nocauteado com toda a sua força, vibrando-lhe um tamanho soco
que poderia ter ceifado a cabeça de qualquer homem de estatura inferior. O Triturador permaneceu
escarrapachado em cima dos paralelepípedos, com a cara toda torta e desconjuntada. E ficou
inconsciente por várias horas. A multidão fixou a cena atentamente, custando-lhe acreditar no que via.
Mais uma vez, nem o mínimo ruído provindo desta turba magna de piratas. Somente o ruído das ondas
que batiam no ancoradouro e o som de gaivotas. O homem mascarado passeou os olhos no Triturador.
— Ele vai voltar a si. Não vim aqui para matar e sim para devolver a Rainha Natália ao seu lar.

Relanceou o olhar para cima, em direção à janela com tranca de onde a bela rainha presenciava o
desafio. Quem seria aquele companheiro misterioso? perguntava-se ela. Ato contínuo a multidão se
voltou para Barba Vermelha. Que faria ele com esse forasteiro atrevido? Iria executá-lo? Mas o
forasteiro não esperou que o chefe dos piratas falasse, e antecipou-se:
— Barba Vermelha, conheço o código de leis que rege o com portamento de vocês. Para estar à
frente desta união de piratas você não pode deixar-se vencer. E qualquer homem pode desafiá-lo para um
duelo.
Barba Vermelha bateu com sua taça de prata na mesa, soltando uma estrondosa gargalhada,
erguendo-se imediatamente com toda aquela sua massa informe. Este Barba Vermelha era deveras um
brutamontes, uns vinte centímetros mais alto que o mascarado e um tanto mais encorpado. Ademais,
quando se movimentava parecia um gato; e ninguém durante toda a sua juventude vivida entre violências
jamais o vencera, nem mesmo no jogo de xadrez. Barba Vermelha sacou de uma espada de um homem
que estava perto dele e jogou-a para o homem mascarado.
— Você está certo. Este é o nosso código e quem o fez fui eu. Eu o fiz porque gosto de lutar e sinto
prazer em poder acabar com a vida dos meus rivais. Vamos a uma luta de espadas.
Agora já não era um assunto fácil de se liquidar conforme fora com Gillaim. Barba Vermelha era
mais ligeiro e mais esperto, de modo que o desfecho da luta ora pendia para um lado ora para o outro.
Ambos receberam cortes e arranhões, ao evitarem com dificuldade ferimentos mais sérios. Ambos,
sangravam numa infinidade de lugares. Em seu aposento lá ao alto, Natália já não escondia mais seus
olhos, mas assistia ao embate com uma atitude imóvel e apavorada. A multidão já não se continha mais
em silêncio e calma, mas vociferava e procurava encorajar seu chefe, acompanhando os lances da luta,
quando os dois rolavam pelo chão, subindo um muro, depois lançando-se de novo para baixo para se
aboletarem no chão, derrubando mesas e cadeiras, saindo pelas portas e finalmente indo terminar a luta
no meio da rua.
Súbito — um tinido de aço, um brilho de metal na claridade do sol — quando a espada de Barba
Vermelha lhe voou da mão e foi encostado de encontro a uma parede com a espada do homem mascarado
enristada exatamente na altura da garganta do chefe dos piratas.
Agora a multidão fez silêncio absoluto. Mais do que qualquer outra coisa, o espetáculo que se estava
presenciando era incrível. Barba Vermelha derrotado? Será que havia uma mudança de chefia em vista?
Suando por todos os poros e sangrando. Barba Vermelha levantou o olhar, fitando firmemente o homem
mascarado. Se a situação fosse inversa, ele não teria a mínima pena; mas também não pediu misericórdia
neste momento. A única coisa que ele disse — ofegante e procurando tomar fôlego — foi: "ótimo!" O
homem mascarado recuou e, para espanto de todos, jogou fora a sua espada.
— Agora vemos medir nossas forças, no muque! — disse ele. — Esta luta ainda não terminou.
Barba Vermelha não se fez mais de rogado. De vez que o homem mascarado era tão louco de jogar
fora esta chance, uma segunda é que não iria mais ter. Lançou-se em cima do homem mascarado que era
menor, precipitando-se feito um gato. Agarrou-o com seus braços potentes. Barba Vermelha podia
quebrar a espinha de um homem como se fosse um palito. Mas com este homem a coisa era diferente. O
corpo que ele segurava parecia até aço. Dedos de aço apertaram-lhe a garganta, asfixiando-o. E quando
recuou, um punho de aço vibrou-lhe uma lapada em cheio no maxilar, fazendo Barba Vermelha
cambalear. Antes que pudesse refazer-se do murro, outro soco, mais outro cantaram em sua mandíbula
coberta de barbas vermelhas e o rei dos piratas perdeu o equilíbrio e tombou feito uma árvore,
estatelando-se completamente no chão. Caíra a menos de dez metros do Triturador, que estava ainda
inconsciente. O homem mascarado apanhou uma espada e voltou-se para a multidão que observava.
— Existe entre vocês alguém que queira desafiar-me? — perguntou ele numa voz possante e
profunda. Ninguém se apresentou. Deu um passo em frente e todo o círculo dos espectadores recuou um
passo.

— Vou repetir: há entre vocês alguém que queira enfrentar-me com qualquer arma ou desarmado?
A multidão voltou seus olhares para Gillaim, para o Triturador e para Barba Vermelha. Silêncio.
Ninguém se manifestou.
— Neste caso eu sou o chefe de vocês. Vocês me obedecerão em tudo. Todos estão me ouvindo?
— Estamos ouvindo — responderam em coro.
— Há alguém entre vocês que não concorda?
Silêncio.
— Então, tragam-me a Rainha — ordenou ele.
E trouxeram à sua presença essa imponente e linda garota, de olhos cinzentos cintilantes e voz suave
cheia de gratidão, que não se cansava de fazer perguntas. Quem era ele? Mas agora estava ferido e
cansado e por isso refestelou-se cansativamente num banco. Enquanto os demais observavam a uma
distância prudente, ela molhava e limpava as feridas com líquidos, amarrando-as com tiras de pano
arrancadas de suas anáguas rendadas.
— Esta passagem tem um desfecho surpreendente — disse o pai a Kit, que estava embevecido. —
Serei breve, porque já está quase na hora de jantar. — O que foi que o Sexto Fantasma fez com os piratas
e a linda rainha? Em primeiro lugar, devolveu Natália e seus navios sequestrados ao seu país, juntamente
com o tesouro que recebera como dote nupcial. E os piratas tiveram que servir em lugar da tripulação
real que havia sumido. Todas estas providências levaram tempos para serem ultimadas e assim Natália
teve oportunidade de passar muitas semanas em companhia do seu libertador, jantando e conversando
com ele. Ele a pôs a par da vida da selva e da Floresta Negra bem como da Caverna da Caveira. (Aqui o
jovem Kit olhou em redor cheio de admiração). Falou-lhe dos sossegados caminhos que cortavam a
região florestal, dos lagos que havia na selva, de praias douradas e de muitas outras coisas. Em
contrapartida ela relatou a vida que levava na corte, da solidão e infelicidade que a invadia naquele
ambiente, bem como do estrangeiro que estava obrigada a desposar — um homem que nunca tinha visto a
não ser em retratos — um homem que era mais velho do que seu falecido pai, um indivíduo que diziam
ser um verdadeiro tirano e déspota. Era um casamento por interesse de estado — interpretado como uma
união entre duas nações — e nada mais além disto.
Mas a hora da separação já estava se aproximando e ela sabia muito bem que se sentia apaixonada
por esse poderoso e calmo homem mascarado. E ele sabia perfeitamente que ela se apaixonara por ele.
Quanto a ele, não restava dúvida que sentia atração por essa garota gentil, aconchegante e linda. E ela
estava certa de que ele estava apaixonado por ela. Mas acontece que ela era a Rainha, uma sangue-azul, e
nada se podia fazer. Sua frota zarpou do porto da cidade dos piratas. O homem mascarado acompanhou-a
uma longa parte da viagem, deixando Barba Vermelha, Gillaim e o Triturador como seus lugarestenentes, para que cuidassem da administração da cidade em sua ausência. Antes de partir deu suas
instruções finais, recomendando-lhes taxativamente: — Não tomem nenhuma medida enquanto eu não
voltar.
Depois de alguns dias idílicos numa viagem ao longo da costa, eis que uma canoa comprida cheia de
guerreiros da tribo dos Moris aproximou-se, tocada a remos, da fragata e o homem mascarado subiu a
bordo dela. Despediu-se da linda rainha, acenando-lhe até que o navio se perdeu na curva do horizonte.
Em seguida dirigiu-se à cidade dos piratas onde estivera anteriormente. O Sexto decidira que já não
havia mais lugar para a pirataria e assim ninguém mais ousou desafiá-lo. Os homens corruptos e
criminosos que havia entre eles foram trancafiados na cadeia. Os demais obedeceram às suas ordens,
pois tinha na cabeça um plano ousado. Queria formar uma Patrulha da Selva. Toda esta imensa selva era
hordejada de uma infinidade de pequenas nações e ao longo desta fronteira extensa não havia nenhuma lei
nem autoridade. A região era infestada de bandidos e salteadores que atacavam caravanas e viajantes e
incursionavam de surpresa contra aldeias; e não havia quem os pudesse deter. O Sexto Fantasma tomou a
firme resolução de que essa patrulha iria preencher aquela função de acabar com o banditismo e que

seria sustentada pela contribuição de todas as pequenas nações envolvidas. Este seu plano levou tempo
até ser concretizado, causando espanto e admiração nas capitais, quando souberam quais as finalidades
dessa Patrulha da Selva: Barba Vermelha e a sua horda de piratas! — Para mover luta contra os piratas
em terra, quem melhor do que os piratas do mar? — perguntou o Sexto.
Todos os governantes concordaram, pois tinham medo de discordar. Mas acontece que foi uma
medida providencial, muito boa; e a Patrulha da Selva, fundada com piratas, existe até nossos dias.
— E o que aconteceu com a Rainha Natália? — perguntou. Kit.
— É mesmo! — perguntou a mãe, que estava também prestando atenção ao relato do homem
mascarado.
— A formosa rainha voltou para a sua corte, para ser bajulada pelos palacianos com seus
cumprimentos enjoativos. Acabou encontrando o rei que seria seu esposo, um indivíduo libertino,
beberrão, doente e estúpido, embora levando o título de rei. Ela vivia sonhando com o homem
mascarado, com os caminhos sossegados e calmos da selva e com a Floresta Negra com sua cachoeira.
Mas certa noite, exatamente na véspera do seu casamento de estado, ela safou-se às escondidas do porto
a bordo de um de seus navios, em companhia da tripulação composta de ex-piratas que haviam
permanecido cora ela. Voltaram para Bengala. Um belo dia, quando o Sexto estava sentado calmamente
naquele Trono de Caveiras (Kit e sua mãe saíram da Caverna e olharam para o trono que estava à luz do
sol), eis que pigmeus sobressaltados foram correndo contar-lhe que uma alta personagem estava se
aproximando. Sim, quem estava se aproximando era Natália, a Rainha da França, montada num assento
colocado em cima de um elefante, todo cheio de joias, e acompanhada por uma infinidade de outros
elefantes carregando arcas de presentes. Quando ela apeou do elefante que se pusera de joelhos o Sexto
foi-lhe ao encontro e apertou-a em seus braços. — E olhando para as Crônicas que continham esta
passagem, disse o pai de Kit: — Deixem-me ler o fato conforme está escrito rias crônicas: "E pela
primeira vez beijei-lhe os lábios quentes e fixei-a em seus olhos cinzentos e fiquei certo de que ela era
minha, sentindo em meu coração uma sensação como se fosse uma explosão de milhares de foguetes".
— Que beleza! — exclamou a mãe, soltando um suspiro.
— Papai, e eles se casaram na Praia Dourada de Keela-Wee, na cabana de jade? — perguntou Kit,
gritando.
— Não, meu filho. Naqueles tempos não havia nenhuma cabana de jade em Keela-Wee. Ela foi
construída mais tarde.
Mas garanto-lhe que eles realmente se casaram e todos os chefes da selva assistiram ao casamento
juntamente com toda a tripulação de piratas, que agora estava servindo como patrulhas da selva. E sabe
quem foi o padrinho de casamento?
Simplesmente Barba Vermelha! E adivinhe quem foram os principais oficlantes do casamento!
Gillaim e o Triturador.
— Que beleza de história! — disse Kit, correndo para fora a fim de ir contar tudo a Gurã. Mas parou
na entrada da Caverna, perguntando ao pai:
— O Sr. logo vai me contar a respeito da cabana de jade e da Praia Dourada?
— Sim, mas não hoje, porque já estou rouco de tanto falar — respondeu o pai.
  

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